Classes de Veleiros

Optimist

Optimist é um veleiro, um pequeno barco monotipo de bolina, podendo ser de madeira, material plástico ou fibra. O Optimist é recomendado para crianças de 7 a 15 anos, com no máximo 60 kg. Foi concebido por Clark Mills em 1947. No início eram caixotes com velas improvisadas com que a garotada de Clearwater, Flórida disputava suas regatas, anualmente era realizado o “Derby dos Caixotes de Sabão”. Os dirigentes do Clearwater Optmist Club em 1948 decidiram fazer algo mais parecido com um barco, daí saiu o atual modelo. Seu nome se deve ao uso do barco em reabilitação de crianças no instituto.

Em agosto de 1965 foi fundada a associação internacional da classe, a IODA (International Optimist Dinghy Association). Por ser seguro, bastante estável e barato, o Optimist é uma das classes mais difundidas do planeta. Nas ultimas Olimpíadas foi constatado que cerca de 80% dos velejadores brasileiros começaram no Optimist, por este fato, o Optmist é considerado além da classe base do iatismo, o maior celeiro de velejadores.

Dimensões

  • Comprimento Total: 2,34 m.
  • Largura: 1,13 m.
  • Peso: 35 Kg.
  • Área Vélica: 3,25 m2.
  • Tripulação: 1 pessoa.

Dingue

O Dingue é um veleiro monotipo versátil, projetado para ser um barco de fácil manuseio, estável e com um desempenho satisfatório para aqueles que já velejam.

É a classe brasileira de maior sucesso, com mais de quatro mil e trezentos barcos produzidos. Por excelência um barco de convívio e de integração. Constituindo uma classe democrática e solidária, onde, mesmo nas regatas, o prazer de velejar supera o espírito competitivo.

Seu projeto privilegia o conforto e a segurança do velejador. A forma de seu casco garante um barco estável que transmite confiança ao iniciante. Para garantir a segurança ainda maior, blocos de isopor, devidamente revestidos são acomodados em seu interior tornando-o insubmergível até quando há perfuração do casco. Sua construção em fibra de vidro e resina poliéster, com reforços estruturais em sandwich de espuma de PVC (Dyvinicell), garantem excelentes propriedades mecânicas com baixo peso.

É equipado com dois compartimentos especiais, com cerca de 20 litros cada: um isolando termicamente, que pode manter gelada a bebida ou lanche que se leve em um passeio; e o outro, estanque ao tempo e ao mar, protege qualquer outro tipo de bagagem durante a regata ou passeio.

Pode ser transportado sobre o teto de um carro de passeio e facilmente colocado na água. O Dingue é ainda o único veleiro deste porte preparado para operar (opcionalmente) com um motor de polpa de até 4hp, o que representa uma segurança adicional para cruzeiros mais longos. Não é por acaso que foi o barco escolhido por diversas escolas de vela.

Dimensões

  • Comprimento Total: 4,16 m.
  • Boca: 1,66 m.
  • Pontal: 0,48 m.
  • Peso do Casco: 85 Kg.
  • Área Vélica: 6,5 m2.
  • Tripulação: 1 pessoa.

 

Microtonner 19

O Microtonner 19 é barco foi projetado de acordo com o Padrão Micro (Jauge Micro). Proposto pela revista francesa “BATEAUX” em 1982, cujo espírito seria o desenvolvimento de um pequeno veleiro cabinado, rebocável e de baixo custo, seguros para a navegação costeira e prática de regatas em tempo real. Após a construção e venda das primeiras unidades a Mariner propôs a organização da Classe MT 19 nas mais importantes federações estaduais, formando-se flotilhas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Brasília. Posteriormente formaram-se flotilhas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.

Internacionalmente a Classe Micro, e seu respectivo regulamento são reconhecidas pela ISAF. Estas regras na categoria “Racer”, portanto também se aplicam a Classe Microtonner Mariner 19 no Brasil.

O MT 19 é um monotipo e como tal participa das regatas da Classe desde que mantenha a originalidade de projeto e construção, em conformidade com este conjunto de regras.

Dimensões

  • Comprimento Total: 5,60 m.
  • Linha D’água: 5,10 m.
  • Boca: 2,44 m.
  • Calado com Bolina: 1,10 m.
  • Calado sem Bolina: 0,19m.
  • Área Vélica: 18,5 m2.
  • Tripulação: 4 pessoas.

Laser

O Laser é um barco a vela de classe olímpica, a mais popular do mundo, com mais de 190.000 barcos produzidos, onde a principal característica é a simplicidade de o baixo preço do barco. Os barcos da classe laser são tripulados por um velejador. É um barco bem veloz e pode planar em dias de vento forte.

O laser é dividido em 3 classes distintas, consoante a área de vela, são elas:

  • Laser Standard (classe olímpica masculina): desenhado para ser velejado por um iatista forte com mais de 80 kg.
  • Laser Radial (classe olímpica feminina): suplantou as embarcações tipo Europa para o evento feminino de vela nos Jogos Olímpicos.
  • Laser 4.7 (transitória do Optmist para o Laser Radial ou Standard).

História

O Laser foi inventado nos anos setenta pelos canadenses Bruce Kirky e Ian Bruce para ser uma embarcação fácil de transportar e fácil de pilotar por uma única pessoa. O protótipo original chamava-se Weekender. Mais tarde foi rebatizado como Laser e fez sua primeira aparição oficial na mostra de barcos de Nova Iorque em 1971. O primeiro campeonato do mundo da classe realizou-se em 1974 nas Bermudas. O Laser tornou-se uma classe olímpica nos jogos de 1996 em Atlanta. O primeiro campeão olímpico foi o brasileiro Robert Scheidt. Nas primeiras 3 edições olímpicas o Laser era uma classe aberta à participação masculina e feminina. Nos jogos de 2008 em Pequim foram disputados dois eventos separados, para homens e mulheres.

Dimensões

  • Comprimento Total: 4,23 m.
  • Linha D’água: 3,81 m.
  • Peso: 56,7 m.
  • Área Vélica
    • Standard: 7,06 m2.
    • Radial: 5,76 m2.
  • Tripulação: 1 pessoas.

470

O 470 é uma classe olímpica de vela, disputada em provas masculinas e femininas. O nome deve-se ao comprimento da embarcação, que é de 470 cm. O 470 é uma da embarcação oficial das competições de vela desde 1969. Nos jogos de 1976 em Montreal passou a ser uma classe olímpica. Inicialmente, era uma classe aberta a ambos os sexos. Desde os Jogos de Seoul (1988) que a competição é feita em eventos separados de mulheres e homens. O 470 foi o primeiro evento olímpico de vela para mulheres. O Brasil já teve como campeões olímpicos nesta classe os velejadores Marcos Soares e Eduardo Penido em Moscou 1980.

O 470 foi inventado em 1863 pelo francês André Cornu e o seu casco é construído de fibra de vidro. É uma classe projetada para dois tripulantes (comandante e proeiro). O peso combinado ideal da tripulação é de 110 – 145 kg, o que torna a classe acessível a homens e mulheres. São barcos muito rápidos e sensíveis ao movimento de corpo dos velejadores.

Dimensões

  • Comprimento Total: 4,70 m.
  • Linha D’água: 4,40 m.
  • Boca: 1,68 m.
  • Área Vélica (três velas)
    • : 9,12 m2.
    • : 3,58 m2.
    • : 14,30 m2.
  • Tripulação: 2 pessoas.

Sharpie

Em 1931 o designer alemão J. Kroger desenvolveu o Sharpie 12 m² que passou a ser em 1956, na Olimpíada de Melbourne, Austrália, por um curto período, uma classe olímpica. Nessa olimpíada participaram 13 embarcações. Apesar de ser um veleiro muito rápido, com uma tripulação de dois, sem trapézio e com uma inconfundível vela quadrangular, o Sharpie foi substituído nos jogos olímpicos de 1960 pelo Flying Dutchman. O Sharpie, desde então, espalhou-se por alguns países, entre eles, Austrália e Brasil, devido as características de barco rápido e estável apesar dos seus 1,40 m de boca.

Apenas a Europa possui frotas reconhecidas pela Associação Internacional da classe e pela IYRU. Portugal, Holanda, Inglaterra e Alemanha continuam a realizar Campeonatos Nacionais, Campeonatos Regionais e o Campeonato Europeu, em regime de rotatividade pelos quatro países. A construção de um Sharpie ainda é possível nestes países. Apesar de algumas tentativas para construir Sharpies em fibra de vidro, as várias associações de classe europeias mantêm–se fiéis aos planos que têm de ser rigorosamente seguidos bem como a qualidade das madeiras utilizadas. Os pesos compensatórios finais não podem exceder 15 kg.

A paixão de alguns por esta embarcação é fácil de entender devido ao design elegante, com a sua grande genoa que lhe confere um estilo particular, uma velocidade elevada nas diversas condições de vento e uma sensibilidade de leme extraordinária.

Dimensões

  • Comprimento Total: 5,99 m.
  • Linha D’água: 5,40 m.
  • Boca: 1,40 m.
  • Área Vélica: 12 m2.
  • Peso: 350 kg.
  • Material: Madeira
  • Tripulação: 2 pessoas. 

Windsurf

O windsurfe, ou windsurf, é um esporte que teve origem na década de 1970 na Califórnia. Pode ser praticado por homens ou por mulheres. O espaço adequado para a prática de windsurfe é um ambiente aberto, sendo o mar o ambiente mais comum e mais usado. Dessa forma, pode-se considerá-lo um esporte náutico. É uma modalidade dos Jogos Olímpicos desde o fim do século XX. No mundo, o Havaí, Ilhas Canárias e as praias do Caribe são considerados ótimos lugares para a prática do windsurf.

A vela pode ter vários tamanhos, desde medidas pequenas, como, por exemplo, (3.0m²), médias (7.0m²) e grandes (12.5m²), bem como formatos de acordo com a modalidade, as principais são: Freestyle, Onda, Super X, Fórmula e Fórmula Experience.

História

Em 23 de março de 1935, na ilha de Oahu, Hawaii, o surfista Tom Blake, famoso por suas inovações no surf, teve a primeira experiência em unir a vela com o surf, incorporando uma vela ao seu longboard, nomeando a novidade de Sailboard. A ideia não foi bem aceita, poucas pessoas praticaram e nada foi feito para alavancar o “esporte”. Anos depois em 1963 o casal Newman e Naomy Darby teve a ideia de unir a vela a uma canoa, realizando o sonho de Naomy em unir o esporte do marido (vela) ao seu (canoagem). Mas a ideia tinha um custo alto e também não foi bem aceita.

Foi então que anos depois em 1967 na Califórnia, Hoyle Schweitzer, empresário e surfista, junto ao seu amigo Jim Drake, engenheiro aeroespacial, inspirados por Blake, perceberam que poderiam unir uma vela a prancha de uma forma em que se poderia direcionar a prancha sem necessidade de um leme, usando apenas o movimento da vela, ganhando uma característica do surf, em que o praticante estaria em pé na prancha, diferente das embarcações a vela em que normalmente atleta está sentado direcionando o leme. Eles desenvolveram uma vela que unia a uma prancha através de um mastro articulado, que também possuía uma barra horizontal (retranca) onde uma pessoa poderia se apoiar para ficar de pé dos dois lados da vela. Foi então que a ideia funcionou e os amigos registraram invento o nomeando de Windsurf (do português literal, surfe com o vento ou prancha a vela).

Três anos depois Scheweitzer lançou a marca “Windsurfer” à pioneira em equipamentos de produção no esporte. A novidade rapidamente se espalhou pela Europa e durante os anos 70 o windsurf já fazia parte da cultura de vela europeia, onde uma em cada três casas possuíam um material de windsurf. Na época o esporte era praticado com pouco vento e águas lisas, perfeito para o público europeu. Mas em 1978, o windsurfista e surfista Mike Waltze, em uma viagem para a ilha de Maui, Hawaii, resolveu testar o equipamento nas ondas se velejou na praia de Hookipa (praia hoje que é a meca do esporte no mundo), praia de muito vento. Esse fato mudou completamente o esporte. Ouve uma necessidade de mudança para que se viabilizasse a prática nas ondas, então as pranchas foram diminuindo de tamanho e volume e ficando cada vez mais resistentes, assim rapidamente o esporte foi ganhando mais adeptos, manobras foram aparecendo, revistas especializadas como a “Windsurf Magazine” e a “Boardsailng” foram lançadas, o novo esporte tinha alcançado a mídia. Campeonatos realizados no Hawaii eram transmitidos direto por emissoras de TV de todo o mundo e as premiações alcançaram patamares profissionais, atraindo público, competidores e patrocinadores.